06 nov hábito alimentar pode prejudicar o desenvolvimento da mandíbula de crianças
Bolachas, salgadinhos, lanches de fast food, comidas moles e bem picadinhas. E qual pai ou mãe já não deu um desses alimentos para os filhos? Cada vez mais comuns, os alimentos industrializados, processados e com textura macia são muito procurados por pais que querem facilitar a alimentação dos filhos pequenos. No entanto, a nova geração de crianças está mais propensa a realizar tratamentos para expandir os maxilares por um motivo simples: estes alimentos não estimulam adequadamente a musculatura mastigatória, o que pode causar subdesenvolvimento dos maxilares dos pequenos. Isso se dá pelo fato de não receberem o estímulo necessário para desenvolver completamente o complexo craniofacial.
O assunto também é abordado pelo Ministério da Saúde. O órgão ressalta que a alimentação complementar deve ser espessa desde o início da formação da criança e oferecida com colher, começando com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. A partir de um ano de idade, quando já nasceram os primeiros dentes, a criança estará pronta para a alimentação sólida, inicialmente com alimentos em pequenos pedaços e mais macios.
O cirurgião dentista Matheus Andrade – Crosp 114964 – responsável técnico da clínica Doutor Dental, explica que os maxilares, maxila e mandíbula, são muito importantes para o sistema mastigatório, mas para que eles se desenvolvam perfeitamente é preciso que sejam estimulados desde muito cedo. “A alimentação ocupa um espaço primordial no desenvolvimento infantil. É o trabalho da mastigação e até mesmo o movimento de engolir e a respiração correta, que ajudam no crescimento e formação adequada do complexo craniofacial”, acrescenta.
O dentista esclarece que em curto prazo é possível identificar que os maxilares da criança não estão se desenvolvendo corretamente. A partir dos três anos os pais podem avaliar a condição dos filhos observando a estética, mordida cruzada ou a mordida torta. “É por esse motivo que é muito importante que as crianças visitem periodicamente os dentistas, o acompanhamento odontológico preventivo evita tratamentos mais agressivos ao longo dos anos”, destaca.
A médio prazo a fisionomia da criança que não mastiga e respira corretamente muda. É possível notar que algumas delas ficam cansadas sem nenhum esforço, com a boca aberta o tempo todo, ombros caídos e até mesmo as olheiras podem ser um sinal de que o complexo craniofacial não foi desenvolvida corretamente. Já a longo prazo, Matheus explica que os sinais podem ser observados quando a pessoa dorme de boca aberta, possui mau hálito ou ronca com frequência.
O cirurgião dentista deixa algumas dicas para os pais:
-estimule a alimentação infantil aos poucos, logo após a amamentação da criança, começando com pequenos pedaços de alimentos com textura mais consistente;
-cenouras e batatas pouco cozidas são ótimas para estimular o hábito da mastigação nas crianças;
-desde os primeiros anos da vida da criança os pais devem levá-la ao dentista, a prevenção evita problemas maiores no futuro;
-evite alimentos processados e muito moles, apesar de facilitarem a alimentação, este tipo de comida não estimula a musculatura facial.
Cartilha do Ministério da Saúde: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/julho/12/Guia-Alimentar-Crianca-Versao-Consulta-Publica.pdf