Equilíbrio entre uso das telas e o brincar é o desafio dos pais

21 ago Equilíbrio entre uso das telas e o brincar é o desafio dos pais

Uso excessivo de celulares na infância impacta negativamente o desenvolvimento cognitivo e social. No Dia Nacional da Educação Infantil, especialistas refletem sobre alternativas para substituir a tecnologia no cotidiano

Um dos desafios enfrentados atualmente, especialmente após a pandemia da Covid-19, é o excesso de uso de telas e eletrônicos por crianças. A rotina das famílias mudou e os pais buscam alternativas para conciliar o trabalho, muitas vezes em home office, com o educar os filhos.

Uma pesquisa divulgada pela TIC Kids Online Brasil revelou que 24% dos jovens no Brasil tiveram seu primeiro acesso à internet na primeira infância — ou seja, antes dos seis anos de vida.

Esse percentual representa um crescimento de 13% nos últimos oito anos e, este comportamento, segundo indicam alguns estudos, pode interferir no desenvolvimento das crianças, afetando desde habilidades sociais e cognitivas até o bem-estar emocional.

Com o Dia Nacional da Educação Infantil, celebrado no dia 25 de agosto, é crucial refletir sobre esse tema, que já faz parte do cotidiano de pais e educadores. Para a psicóloga e psicanalista Mariana Calonego, que atua em clínicas com crianças e estuda o impacto da digitalidade na infância, é importante considerar o papel que as telas ocupam em cada fase da vida.

“Claro que há muitas pesquisas de neurologistas que indicam o quanto o excesso de luzes e estímulos pode afetar o desenvolvimento neurológico, o que é inquestionável, mas há outro ponto que acho extremamente importante, que é o lugar que as telas ocupam na vida da criança, em cada fase do desenvolvimento. A substituição que ela está fazendo, seja do brincar, da interlocução, da troca entre pessoas, ocasiona uma consequência para a vida da criança, atrapalhando o desenvolvimento para a próxima fase”, enfatiza.

A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças com menos de dois anos não tenham contato com aparelhos eletrônicos. Para crianças entre dois e cinco anos, o uso deve ser limitado a uma hora por dia e, entre cinco e dez anos, no máximo duas horas.

De acordo com a psicóloga, é difícil imaginar um mundo em que os aparelhos eletrônicos não estejam presentes na dinâmica familiar. No entanto, é importante estar atento aos excessos e também ao que está sendo consumido pelas crianças.

“Pensando na forma como se vive hoje em dia, com esse excesso de trabalho e preocupações, é compreensível que as telas ocupem esse lugar mais confortável, dando um tempo para os pais, como uma ‘chupeta eletrônica’. Mas é importante pensar em como incluir mais trocas no dia a dia, como colocar a criança para participar junto”, disse.

Ela afirma que, nessas horas, é necessário ser criativo para buscar alternativas aos aparelhos eletrônicos. “Não há uma dica que funcione para todos, então cada família precisa encontrar uma forma de superar esses limites, trazendo a criança mais para perto, porque se a criança estiver sozinha, ela vai preferir o eletrônico”, ressalta.

O que fazer?

Pensando em ajudar pais e até mesmo professores da educação infantil nessa “troca” das telas por atividades criativas e atrativas para as crianças, o mercado de brinquedos e artigos infantis investe em itens que incentivem o brincar.

Mais do que trazer para as prateleiras brinquedos educativos, livros e outros itens que estimulam e que atendam todos os perfis de crianças, o comércio ainda capacita a equipe de vendedores e atendentes visando auxiliar as famílias e os educadores a encontrarem produtos que atendam estas necessidades.

Em Sorocaba, a Papelaria e Livraria Pedagógica investe neste perfil de produtos e capacita constantemente os funcionários para que eles possam ajudar famílias e professores que procuram maneiras de substituir as telas, entretendo as crianças com outras atividades.

“Nesses treinamentos, buscamos qualificar nossos atendentes para que possam informar com propriedade quais os benefícios de cada brinquedo ou atividade, seja no desenvolvimento cognitivo, motor, criativo ou social da criança”, explica Juliana Batista, gerente de vendas da papelaria.

Segundo ela, brincadeiras de encaixe e blocos de construção; leitura de histórias; artes e artesanatos; atividades com música e dança, além jogos de memória estão entre as principais atividades que contribuem para o desenvolvimento da criança, especialmente na primeira infância.

E conclui: “por meio desses brinquedos e atividades, as crianças também estimulam a imaginação e as vivências, preparando-as para os desafios das próximas fases da vida”.

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Crédito: Divulgação

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