05 set Entidade vê projeto de revitalização e reforma do centro de Sorocaba com preocupação
Para a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (AEAS), é preciso cautela e fiscalização para que a obra não comprometa o patrimônio histórico da cidade
A Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Sorocaba (AEAS) participou da quarta reunião realizada para discutir a revitalização e reforma da região central de Sorocaba. A entidade vê o projeto com preocupação pois, segundo o presidente Heverton Bacca, é preciso ter cautela em todos os pontos para garantir a segurança da obra.
Na reunião, promovida pela Associação Comercial de Sorocaba (ACSO), Bacca ressaltou que a obra na região central é extremamente importante, mas que é preciso um trabalho multidisciplinar para que erros não impactem negativamente no resultado ao longo dos anos. “É preciso cautela, observar todos os pontos e exemplos bem sucedidos realizados em outros lugares para que não sejam cometidos erros. O trabalho em conjunto de diversos profissionais é a saída para que todos os pontos sejam observados e a população ganhe com uma obra pensada para a realidade da cidade.
Segundo o especialista em intervenção e restauro em patrimônio histórico e cultural e membro da AEAS, o arquiteto Alberto Streb, que também esteve na reunião, o projeto prevê a cobertura de algumas ruas do centro, obra que preocupa a entidade, pois é muito complexa.
“Essa cobertura influenciará na questão da drenagem da água e aumentará a temperatura da rua, sem contar a questão da estrutura. Onde ela será fixada? Existem construções dos mais diversos tamanhos com peculiaridades que, se essas estruturas forem fixadas nas fachadas, podem gerar impactos negativos no futuro. É preciso cautela e estudos para que a reforma se torne uma referência”, alerta Streb.
Outro ponto observado pela entidade é a conservação do patrimônio histórico da cidade, tendo em vista que, dos 44 bens tombados, 21 estão localizados na área central. Entre as obras que são tombadas pelo patrimônio histórico, Sandra Yukari Shirata Lanças, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – Núcleo Regional de Sorocaba e membro da AEAS, destacou o antigo complexo Ferroviário da EFS, pelo valor histórico e arquitetônico.
“Como se trata de uma grande área (quase 200.000 m²) e sem utilização há quase 30 anos, consideramos um vazio urbano de enorme potencial urbanístico e paisagístico. O valor histórico e arquitetônico dessa área deve ser restabelecido com novas atividades pertinentes ao nosso momento atual e futuro”, afirmou Sandra.
O diretor de área da Secretaria de Obras Públicas da Prefeitura de Sorocaba, presidente do Conselho Municipal de Planejamento Urbano e membro da AEAS, o engenheiro civil Henrique Deliberali, também esteve na reunião e destacou que a revitalização do centro de Sorocaba é uma obra necessária, pois o tema envolve diversos segmentos, como a segurança, humanidade, paisagismo, drenagem, iluminação, comércio, turismo, religião, trabalho, habitação e mobilidade, entre outras.
“Temos que pensar não somente no que está visível acima do piso das vias centrais, mas no que está abaixo, como a infraestrutura de tubulações de esgoto, água pluvial, água potável de abastecimento, gás natural, lógica, telefonia, tubulação da rede de prevenção e combate a incêndio. Ou seja, além de complexo, é de custo elevado. A arquitetura e engenharia devem ser protagonistas nesta ação. É necessário um planejamento estratégico integrado para termos o sucesso nos resultados e tornarmos Sorocaba como referência”, afirmou.
Para Bacca, é preciso que a AEAS participe mais a fundo do projeto de reforma e revitalização do centro de Sorocaba para que normas essenciais sejam seguidas, garantindo, assim, a segurança da obra.
“Todos os nossos membros presentes na reunião foram enfáticos neste ponto: o projeto precisa ser fiscalizado e aprovado pelos nossos profissionais para garantir a segurança. Estamos nos disponibilizando, desde o início, para atuar no projeto em parceria e garantir a realização”, pontuou.
Além de Alberto Streb, Henrique Deliberali, Sandra Lanças e o presidente da AEAS, estiveram na reunião os engenheiros Erick Yamaoca, gerente da AEAS e José Carlos Carneiro, conselheiro de administração da entidade; além de Denise Martins Correa, representando o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado de São Paulo e André Dias Gonçalves, do AESMS.