Acesso a livros contribui para desenvolvimento e aprendizado na infância

04 abr Acesso a livros contribui para desenvolvimento e aprendizado na infância

Contato deve começar com meses de vida, estreitando os laços com os familiares

“Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele”. Esta frase escrita pelo escritor brasileiro Monteiro Lobato retrata a importância da leitura na vida das pessoas. Para que todos possam vivenciar e desfrutar deste castelo descrito pelo escritor, é preciso que o estímulo à leitura comece cedo, para virar um hábito.

O prazer pela leitura é promovido logo na primeira infância, com o acesso a livros adaptados à idade dos pequenos. Além disso, filhos que veem os pais lendo são mais propensos a adquirir esse hábito.

As vantagens deste acesso aos livros logo no início da vida são inúmeras. É na primeira infância, fase que vai dos 0 aos 6 anos de idade, que a criança desenvolve habilidades e conhecimentos que impactam no desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social, trazendo resultados significativos para a vida adulta.

Na fase inicial da vida, o acesso a livros infantis traz diversos benefícios, uma vez que desenvolve a concentração, memória, raciocínio, compreensão e estimula a linguagem oral e a capacidade criativa.

Neste dia 18 de abril, comemora-se o Dia Nacional do Livro Infantil e do escritor brasileiro Monteiro Lobato, mas, no Brasil, muitas crianças ainda não têm acesso à literatura. Um estudo, desenvolvido pelo Projeto Primeira Infância Para Adultos Saudáveis (Pipas), apontou que 24% das crianças menores de cinco anos não possuem livros infantis ou com figuras em casa.

A pesquisa ainda revelou que 33% das crianças nesta faixa etária passam mais de duas horas diárias na frente da televisão ou de smartphones e 25% delas não participaram de, pelo menos, quatro atividades de estímulo, como brincadeiras, jogos, leitura e contação de histórias.

Estes dados impactam diretamente na educação das crianças no período escolar. De acordo com dados divulgados pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, 56,4% das crianças do segundo ano do Ensino Fundamental da rede pública do país não foram alfabetizadas na faixa etária esperada.

Apesar dos dados negativos, muitos pais buscam desenvolver o hábito da leitura em casa. Deciana Souza Laurindo é pedagoga e mãe dos pequenos Lucca, com nove anos, e Henrique, com dois anos.

Conhecedora dos benefícios do hábito da leitura, a mãe começou a ler para os filhos com aproximadamente seis meses de idade, sempre na hora do banho ou para colocar os meninos para dormir.

“Observo inúmeros benefícios a curto e longo prazo, como o fortalecimento do vínculo com as crianças, proporcionando um momento de conexão e muito carinho. A leitura em conjunto pode ser uma experiência muito positiva e enriquecedora para ambas as partes. Por isso, prezo esse momento de forma muito especial”, afirma Deciana.

A mãe aponta os resultados positivos no estímulo dos meninos. “Meu filho mais velho está no quinto ano e participa de clubes de leitura na escola espontaneamente. Lucca sempre pede para participar e isso me deixa muito feliz em saber que ele faz por prazer. Ao final do clube, os alunos recebem um troféu. Lucca já está no seu terceiro troféu e pretende alcançar o quarto esse ano”, comenta orgulhosa.

O amor do irmão mais velho pela leitura estimulou o mais novo. “Ele ama contar e ouvir histórias, é sempre um momento muito prazeroso. Para mim, é uma verdadeira paixão e quero deixar esse gosto e hábito aos meus filhos, pois a leitura estimula a memória e é a porta de entrada para a sabedoria”, afirma.

Vendas de livros

O comércio de livros infantis está animado com a data e espera um crescimento nas vendas. Apesar dos números, muitos pais têm como hábito o estímulo à leitura e estão sempre em busca de novidades.

“Temos um público fiel que está em constante busca por novidades no setor. Estamos animados esperando um aumento de 10% nas vendas”, afirma Juliana Batista, gerente de vendas da Papelaria e Livraria Pedagógica.

Para os pais que querem adorar o hábito da leitura em casa, a gerente dá algumas dicas, de acordo com cada faixa etária.

* De zero a seis meses: as melhores opções são os livros de banho e de tecido, que, além de ajudarem a introduzir a leitura no cotidiano dos bebês, funcionam como distrações durante as atividades;

* De seis meses a um ano: livros sensoriais para as crianças passarem os dedos e irem sentindo as texturas, além dos sons e imagens;

* Um a três anos: para que as crianças possam interagir, opte por livros que utilizam fantoches na hora de contar as histórias;

* Três a seis anos: livros para colorir. Escolha sempre as opções cartonadas para que seja mais difícil de a criança danificar as páginas;

* Seis a oito anos: as crianças estão entrando na fase dos livros de alfabetização, de reforço, caligrafia e dos educativos, que trazem conteúdos aprendidos na escola, como ciências;

* Oito a 10 anos: é nesta faixa etária que a criança se torna mais curiosa. Por isso, uma boa pedida são livros que introduzem determinados temas, como química, experimentos e outras curiosidades científicas;

* 10 a 12 anos: como a criança está entrando na adolescência, já começa a desenvolver o gosto por alguma leitura específica e a escolher os livros que quer ler sozinha.

“Desde o livro de banho para os bebês, o ideal é estimular a criança a criar uma rotina de leitura, mas sempre com livros que despertem a curiosidade. Tem criança que não gosta de ler e acaba ganhando um livro que não é atrativo para ela. Por isso, não pega gosto pela leitura”, finaliza Juliana.

Fotos: LINK AQUI
Créditos: Divulgação / Arquivo pessoal

Deixe seu comentário